Braga Romana e a milenar Geira de Terras de Bouro vão ganhar novo destaque internacional no âmbito de um ambicioso projeto de corredor cultural entre o Norte de Portugal e Castela e Leão (Espanha), candidato a um financiamento superior a 1,4 milhões de euros.
O roteiro romano — um dos três eixos temáticos deste projeto, ao lado do românico e da literatura — inclui, do lado português, alguns dos mais emblemáticos vestígios da presença romana, como a Braga Romana, a Geira (via romana entre Braga e Astorga), o Museu das Termas Romanas de Chaves e o Complexo Mineiro Romano de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar.
A proposta, descrita como um “projeto vencedor” pelo vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Jorge Sobrado, visa criar um corredor cultural transfronteiriço que valorize o património romano, literário e paisagístico partilhado pelas duas regiões ibéricas.
A iniciativa será apresentada oficialmente durante a sessão plenária da Comunidade de Trabalho Norte de Portugal – Castela e Leão (CT NORCyL), que decorre esta terça-feira, no Porto. Este encontro representa o primeiro de alto nível entre as duas regiões em mais de 16 anos.
Além da promoção turística e patrimonial, o plano contempla ações concretas de valorização do legado romano, como a candidatura conjunta das minas de ouro a céu aberto de Las Médulas (Espanha) e de Tresminas ao selo de Património Mundial da UNESCO. Também está prevista uma cooperação reforçada na área da arte rupestre entre o Vale do Côa e Siega Verde.
Com forte aposta na valorização cultural e turística de territórios de fronteira, o projeto ambiciona reforçar a coesão territorial e afirmar uma identidade cultural comum. Envolve cerca de 15 entidades, entre as quais os municípios de Braga, Terras de Bouro, Chaves e Vila Pouca de Aguiar, a CCDR-N, a Junta de Castela e Leão e a Fundação Rei Afonso Henriques — entidade luso-espanhola que lidera a candidatura.