23 SET 2025

Um estudo académico publicado pelo professor Eduardo Duque, da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa, sinaliza que o declínio da vivência religiosa no seio das famílias está a abalar os valores tradicionais e a promover o individualismo e «mudanças estruturais mais amplas» em que a importância da vida profissional começa a colidir com os valores familiares.

O estudo intitulado “A Família no Espelho: Valores e Atitudes Geracionais dos Portugueses em Relação à Família”, versão portuguesa, acaba de ser publicado na versão inglesa pela editora suíça MDPI – Multidisciplinary Digital Publishing Institute. No trabalho académico em que contou com a colaboração de José F. Dyrán Vásquez, docente do Departamento de Sociologia, Ciência Política e Gestão e Filosofia da Universidade de Vigo, Espanha, o sacerdote da Arquidiocese de Braga analisa «a família portuguesa contemporânea, sob a ótica das mudanças na transmissão dos valores familiares, com foco particular na esfera religiosa».

A investigação de Eduardo Duque sinaliza ainda uma tendência de alterações significativa na vivência da religiosidade em família. «Em relação à idade, os jovens entre 15 e 22 anos demonstram uma clara preferência por entretenimento, sendo a visualização de filmes ou séries (16%) e as viagens ou férias (26%) muito valorizadas. Para a faixa etária de 23 a 49 anos, as refeições em família surgem como a atividade mais priorizada (33% para os de 23 a 29 anos e 27% para os de 30 a 49 anos), embora viagens e férias continuem populares. Enquanto isso, os adultos com 50 anos ou mais valorizam cada vez mais as atividades religiosas, tendência que é mais pronunciada no grupo de 65 anos ou mais, onde a participação em cerimónias religiosas (13%) e a oração (9%) apresentam os valores mais elevados».

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