10 OUT 2025

A presença do mosquito-tigre (Aedes albopictus), uma espécie invasora conhecida pela sua capacidade de transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya, foi confirmada no concelho de Vila Verde, anunciou a Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga. Trata-se do primeiro alerta formal da presença deste inseto na área geográfica da ULS, o que levanta preocupações em torno dos riscos para a saúde pública na região.

Embora ainda não tenham sido identificados mosquitos infetados nem registados casos de transmissão local, as autoridades de saúde sublinham que a deteção da espécie exige “um esforço conjunto” entre instituições e população para travar a sua expansão.

“A confirmação da presença do mosquito-tigre na nossa região exige um esforço conjunto entre as entidades de saúde, as autarquias e a população”, afirmou Pedro Pereira, coordenador da Unidade de Saúde Pública da ULS Braga. “Só com a colaboração de todos será possível controlar a sua expansão e reduzir o risco de transmissão de doenças.”

A chegada do mosquito-tigre a Braga insere-se numa tendência mais ampla observada em vários países europeus, onde esta espécie já está firmemente estabelecida. Segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), o Aedes albopictus está presente em 16 países europeus e em mais de 360 regiões, favorecido por verões mais longos e invernos amenos. Em 2024, a Europa registou mais de 300 casos de dengue adquiridos localmente, o número mais elevado desde o início da vigilância. França e Itália enfrentaram surtos de chikungunya e dengue em zonas urbanas, confirmando que o risco de transmissão local aumenta rapidamente quando o mosquito se estabelece e encontra pessoas infetadas vindas de outros países.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta ainda que a expansão deste mosquito é um reflexo direto das alterações climáticas e da urbanização.

×