11 OUT 2025

Após a “primeira tranquila” na Faixa de Gaza, após meses de bombardeamentos incessantes, os residentes estão a regressar paulatinamente às suas residências. Com o início do cessar-fogo no território palestiniano, o foco está sobretudo em verificar o que resta das casas e em recuperar os corpos dos mortos.

“Foi uma noite tranquila, a primeira sem bombardeamentos desde o início da guerra, exceto pelos dias de calma em novembro de 2023 e janeiro de 2025”, disse à agência noticiosa espanhola EFE Mohammad, médico em Gaza, a partir da cidade homónima. Este médico recorda apenas o silêncio vivido nas duas anteriores tréguas, que também permitiram algum alívio aos habitantes locais.

No seu hospital, afirma, já não chegam dezenas de mortos todos os dias, mas sim os corpos que vão sendo recuperados aos poucos dos escombros, onde permanecem os restos de pelo menos sete mil pessoas, segundo cálculos do Ministério da Saúde do enclave, que registou mais de 67 mil mortos por fogo israelita em dois anos de conflito.

“Pela primeira vez em muito tempo, conseguimos dormir sem medo nem preocupações”, explicou Zaher, outro habitante de Gaza, que teve de abandonar a capital há algumas semanas com a família para se deslocar até Deir al-Balah, no centro, onde se refugiou numa tenda.

Agora, concentra-se em procurar um local para viver com a mulher e quatro filhos na cidade de Gaza, onde os preços da habitação, diz, triplicaram devido à escassez de oferta, uma vez que muitos edifícios estão danificados ou completamente destruídos pelos ataques israelitas, incluindo a sua própria casa, que foi arrasada no início da ofensiva.

×