A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima entregou o Prémio APAV para a Investigação 2025 às investigadoras Marlene Matos, Ana Costa, Beatriz Simões e Maria Vale, da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, pelo trabalho “Crime de perseguição em Portugal: Da evidência das decisões judiciais à ação para proteger as vítimas”, na cerimónia que se realizou na sede da APAV, em Lisboa.
Este prémio distingue trabalhos de investigação alinhados com a missão da APAV, valorizando contributos nas áreas da vitimologia, justiça e apoio social que reforçam as respostas às vítimas de crime em Portugal.
O estudo analisou 297 decisões judiciais transitadas em julgado pelo crime de perseguição (stalking), proferidas entre 2016 e 2025. A maioria das ocorrências combinou comportamentos presenciais e online (stalking e cyberstalking), apontam as autoras. Sobre o desfecho dos processos analisados, 54% resultaram em condenação. Registou-se também a atribuição de pena suspensa (47%), multa (42%), prisão (10%) e trabalho comunitário (1%). Cerca de 11% das situações foram arquivadas por desistência.
“Estamos honradas com esta distinção, o nosso estudo é uma janela importante para conhecermos a realidade nacional e para sensibilizar a sociedade para um tema que está na ordem do dia”, referiu a coordenadora do trabalho, Marlene Matos, que é também professora, psicoterapeuta, perita forense e supervisora de estudos sobre vitimologia e o sistema de justiça.