O mosquito-tigre (Aedes albopictus), espécie invasora capaz de transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya, foi identificado em outubro deste ano no concelho de Vila Verde, tornando-se o primeiro registo confirmado no Minho. Apesar de não terem sido detetados mosquitos infetados nem qualquer caso de doença transmitida localmente, as autoridades de saúde pública e o município reforçaram de imediato as medidas de vigilância e prevenção, apelando à colaboração ativa da população.
A confirmação foi dada pela Unidade de Saúde Pública (USP) da ULS Braga, que integra desde 2008 a rede nacional de vigilância de vetores. Pedro Pereira, coordenador da USP, explica que a deteção resulta de um sistema de monitorização consolidado e que tem vindo a ser intensificado.
“Portugal delineou já em 2008 um programa de intervenção que hoje chamamos rede de vigilância de vetores”, recorda. “Fazemos captura e identificação de mosquitos no território para permitir medidas preventivas sempre que se justifique. Desde essa altura mantemos pesquisa no terreno e uma preocupação constante com a prevenção.”
O vereador da Proteção Civil do Município de Vila Verde, Patrício Araújo, reforça a importância da participação dos habitantes: “Gostaria de deixar uma mensagem de alerta, mas sem alarmar a população. O que pretendemos é que colaborem connosco na evitação da propagação desta praga, que não é natural da região e pode ser portadora de doenças.”
Apesar disso, garante que até ao momento não há sinais de risco acrescido. “Todos os espécimes capturados não têm presença de doença. Nesse aspeto, podemos estar descansados”, afirma.