Fernando Pimenta: entre medalhas, sacrifícios e o sonho olímpico que continua

O canoísta português Fernando Pimenta continua a apontar à elite mundial e já traçou como grande objetivo a participação nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. Depois de mais de uma década a conquistar títulos internacionais, o atleta de Ponte de Lima garante que a motivação se mantém intacta, movida pela ambição de alcançar “cada vez mais e melhores resultados”.

A família surge como o pilar fundamental da sua carreira. Pimenta não esconde que são os filhos e a estabilidade que encontra em casa que lhe dão forças para continuar no alto rendimento. “Saber que gostam de ver o pai a competir e a ganhar deixa-me bastante contente”, admitiu.

Na longa carreira, nem tudo foram vitórias. O canoísta recorda o episódio traumático vivido nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, quando foi prejudicado pela presença de algas na final. “Foi um dos momentos mais complicados, sobretudo porque houve quem duvidasse daquilo que tinha acontecido”, confessou, sublinhando, no entanto, que em Paris 2024 sentiu rapidamente o apoio do público e dos adeptos, o que o ajudou a ultrapassar a frustração.

Apesar dos contratempos, o palmarés continua a crescer. Nos recentes Mundiais de Milão, Pimenta voltou a subir ao pódio, 11 anos depois da sua primeira medalha individual em Campeonatos do Mundo. “Foi especial ser o único atleta a repetir esse pódio. O balanço é bastante positivo”, destacou.

A carreira, que soma já centenas de momentos marcantes, não se esgota na água. O atleta admite que, no futuro, gostaria de se dedicar ao turismo e permanecer ligado ao desporto nacional, contribuindo para melhorar as condições dos atletas e para que os jovens não abandonem a prática por falta de apoios. “Portugal tem condições fantásticas para desenvolver projetos. Quero ajudar a evoluir e a evitar que talentos se percam”, afirmou.

Ídolo para muitos jovens, Fernando Pimenta deixa ainda um conselho às novas gerações: que se divirtam e sejam felizes, sem se sentirem obrigados a seguir o caminho da alta competição. “Nem todos vão conquistar medalhas internacionais, mas cada um pode encontrar o seu percurso. O mais importante é manter a ambição e a alegria no que se faz.”

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