Nova Unidade de Dia das Irmãs Hospitaleiras responde à realidade de pessoas com demência

Dar uma resposta humanizada e especializada  que responda à realidade das pessoas com demência e à «exaustão, muitas vezes silenciosa», dos seus cuidadores que vivem «entre o amor e o limite». É com este propósito que as Irmãs Hospitaleiras da Casa de Saúde do Bom Jesus dão mais um passo no alargamento das suas respostas, com a criação da Unidade de Dia Especializada em Demências.

Com capacidade para 30 utentes, esta resposta abrange, para já, apenas utentes em regime particular. Contudo, segundo foi referido ontem, na iauguração, a instituição fará todos os esforços junto das entidades públicas para que seja alargada a todos. 


À margem da cerimónia, que contou esta manhã com a presença de diversas entidades políticas e religiosas, responsáveis pela Casa de Saúde do Bom Jesus e funcionários, Paula Gomes, diretora gerente das Irmãs Hospitaleiras, explicou que esta nova Unidade de Dia «é uma resposta necessária» tendo em conta que «as demências tendem a aumentar» e que estes utentes «têm outras necessidades específicas» que merecem particular atenção. «Sentimos os cuidadores muito exaustos e preocupados porque levam a pessoa com demência para as unidades de linha convencionais e elas não se conseguem integrar porque as pessoas com demência passam fases com alterações de comportamento e precisam de ser estimuladas a nível cognitivo», salientou.


A resposta desenvolve-se no edifício situado em Nogueiró, inaugurado em 2015. Esta resposta funcionará de segunda a sexta-feira, das 08h30 às 18h00, contando com uma equipa multidisciplinar composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, ajudantes de enfermaria, ajudantes de ocupação e médico psiquiatra. 


A metodologia utilizada é a Montessori adaptada à demência, centrada na pessoa, promovendo ambientes estruturados, seguros e ajustados às capacidades e necessidades individuais de cada pessoa. 
«É uma unidade pensada para ser um lugar de cuidado, segurança e alegria porque acreditamos que é possível viver com dignidade e bem-estar numa fase tão delicada da vida», salientou Paula Gomes, vincando que a ideia não é que os utentes estejam sempre numa sala, mas que usufruam dos 10 hectares de terreno, com jardins, campos, piscinas e espaço ‘snoezelen’.


As 30 vagas ainda não estão totalmente preenchidas e não é esse o propósito, segundo adiantou Paula Gomes. «Precisamos de uma fase de acolher, perceber, criar planos individualizados para cada pessoa, conhecer os seus interesses, as suas capacidades, perceber como é que vamos estimular, para depois abrir a mais gente», disse.

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