Diminuir as desigualdades através da educação e, em simultâneo, industrializar o país. É com este foco que o grupo dst, em colaboração com o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e a Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV), inaugurou hoje em Soutelo, Vila Verde, o primeiro Campus do Pensamento Industrial e Digital em Portugal.
Este campus nasce da escola industrial dst, criada para resgatar a tradição das antigas escolas industriais e comerciais dos anos 80 e dar resposta às exigências atuais do mercado de trabalho. Esta escola é já um espaço formativo homologado pela DGEstE, com cursos profissionais e de especialização tecnológica para alunos do 9.º ano e diplomados do 12.º ano, em áreas estratégicas para a indústria como energia, eletricidade, climatização e manutenção.
«Queremos trabalhar as desigualdades. É na educação que estamos a jogar a nossa história do futuro. É com a educação que poderemos destruir a desigualdade. As desigualdades são más para todos: para a sociedade e para os das margens. As democracias têm ferramentas para diminuir as desigualdades e as empresas não podem ficar fora dessa responsabilidade», referiu o presidente do Conselho de Administração do dstgroup.
Trata-se, nas palavras de José Teixeira, de «uma escola industrial com um pensamento humanista», criada para «evitar os caminhos da pobreza», sendo aqui a educação «o caminho mais rápido». «A educação é a solução que permite que os nossos filhos tenham uma vida melhor do que a que tivemos. A educação é a porta da liberdade, da criatividade, da imaginação, da solidariedade e da compaixão», disse José Teixeira, na sessão de inauguração.
Neste sentido, vincou, «a escola industrial dst nasce para resolver problemas de escassez na economia do trabalho, na economia industrial em que operamos, nas várias empresas». «A escola industrial dst nasce para resgatar as oficinas na formação dos futuros artistas das profissões, para dar dignidade ao trabalho, para juntar teoria e prática, ciência e artes, a física, a metafísica e a espiritualidade (...)» e «para todos perceberem que o conhecimento é indispensável para o aumento da produtividade, para a diminuição do tempo de trabalho e para o aumento dos salários».
Industrializar o país é outro dos propósitos, na certeza de que «não haverá industrialização sem competências industriais e humanistas. «Queremos boas pessoas», frisou.
Para além de terem a possibilidade de participarem no programa de mobilidade Erasmus+, José Teixeira falou da possibilidade que os alunos terão de «frequentar as aulas práticas, na dimensão e escala reais, nas nossas fábricas». «Estes alunos podem atravessar a rua, no final do 12.º ano, e fazerem um CTeSP na escola nossa parceira, o IPCA, e podem, de seguida, saltar para a Universidade do Minho ou para a Faculdade de Filosofia», salientou.
Esta vertente foi igualmente destacada pelo ministro da Educação, que marcou presença na inauguração. «O ensino profissional é essencial na qualificação dos portugueses e temos procurado dar-lhe cada vez mais visibilidade», disse, vincando o investimento que está a ser feito, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em quase 400 centros que estão a ser reequipados. «Com essa reforma queremos um maior alinhamento com a oferta dessa vida de qualificação», referiu.
Fernando Alexandre fez ainda questão de salientar que o ensino profissional «é uma das vias que os portugueses têm para se qualificar e ingressar no mercado de trabalho com as competências necessárias» mas esta «pode ser seguida, mais tarde, de estudos no Ensino Superior». «Os percursos podem ser diversificados e é preciso dar esse espaço», disse.